Lugar de civilizado é na cozinha

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Há uma expressão que pode ser usada de forma piegas: “Cozinhar é um ato de amor”; entretanto, quando se pensa nisso, pode-se interpretar como verdadeiro. A difícil convivência humana relaciona-se com muitas dimensões; entre elas, a cultura da comida.

Nesse aspecto, sempre fui muito privilegiado. Desde a infância, durante as refeições com a família, contava com a criatividade da mãe, da avó e da irmã (esta foi a herdeira maior). A mesa era sempre a ligação afetiva entre todos. Na vida com minha companheira, a situação de conforto teve continuidade e, apesar do pouco tempo que tínhamos, devido à nossa atividade profissional, mantínhamos a magia no preparo das refeições, sempre carregado de afeto, que nos aliviava o estresse diário, criando um relacionamento com os alimentos, fortalecendo nossos laços.

A cozinha está associada à cultura. A minha fortuna é a origem lusitana, tendo como esteio a rica, maravilhosa e criativa culinária. A hierática mesa portuguesa e seu ritual são uma ode à vida e à família. Eis a inspiração para este livro!

ISBN: 978-65-87278-61-2 Categorias: Gastronomia, História Autor:

Descrição

A História humana está imbricada com a história dos alimentos, e a cozinha foi a invenção que deu base para a cultura do Homo sapiens, tornando-se responsável pela sua subsistência.

A cozinha é um dos aspectos humanos mais importantes, preservando a humanidade e nos dando segurança, criando o hábito da vida social. Não é somente o lugar associado às técnicas de preparo da comida, mas também o que nos solidifica como humanos. Caracteriza-se, enfim, como o orto do convívio.

Todo o ritual para chegar-se à comida envolve, de forma saudável, as relações humanas: o planejamento, a escolha, a preparação, as opções, o cozinhar junto, as degustações, as variações dos ingredientes, os comentários sobre os alimentos e, principalmente, o comer junto à família, não importando o seu tamanho – é esse ato social que nos torna humanos, levando-nos a atingir a felicidade.

Sempre senti isso; mas, no momento em que se vive só, as refeições sociais tornam-se mais raras. Nesse momento, percebe-se a cozinha como a base humana do ato social, a qual fortalece as relações familiares e nos dá segurança emocional.

Diante desse quadro, lancei um autodesafio – escrever sobre os alimentos. Inicialmente pensei na questão emocional na formação do animal social, que é o Homo sapiens. No início da minha vida profissional, nos anos 70 do século XX, como professor, tive contato com colegas geniais. Uma delas falava constantemente da relação direta do desempenho escolar com as refeições realizadas junto à família, todos envolvidos com a magia do cozinhar. Essa questão sempre me intrigou e aspirei investigar o tema, mas isso requeria um conhecimento sobre o comportamento humano e o entendimento de suas emoções, para os quais não tenho formação. Assim, percebi a consciência dessa gigantesca dificuldade.

Depois de inúmeras considerações, a opção foi conduzida para alguns aspectos da culinária, como suas curiosidades, tendências, características de algumas cozinhas e outros. Tornou-se uma tarefa infinitamente mais fácil em relação à ideia inicial. Portanto, surgiu um tema paralelo, mais confortável para explorar. Dessa forma nasceu este livro.